Erro de apresentadora ilustra desafios das agências de viagens

Nesta quinta-feira, dia 16, a apresentadora Mariana Godoy, ao comentar sobre uma notícia no programa Fala Brasil da TV Record, cometeu alguns erros.

Veterana de algumas décadas de televisão, Mariana afirmou, entre outras coisas, que ninguém precisa de agências de viagens. O comentário foi feito após reportagem de um aparente golpe ao consumidor perpetrado por alguém que se apresentou como agente de viagens. 

Claro, suas mídias sociais e as do veículo para o qual trabalha foram invadidas por profissionais do turismo indignados com a generalização feita pela apresentadora. 

Mais tarde, no mesmo dia, ela informou que se retrataria na edição seguinte do programa televisivo. Entidades, associações, grupos e outras instituições ligadas às agências de viagens não se furtaram a repudiar. 

Mas, nesse texto gostaríamos de ressaltar os desafios enfrentados pelas agências de viagens. Um dos principais é a falta de conhecimento dos serviços prestados pelas agências. A afirmação da apresentadora evidencia a ausência desse conhecimento. 

Outro erro cometido por ela foi implicar que se o preço é baixo, há algo errado. Não necessariamente. Basta lembrar algumas promoções como a da Aeromexico, em novembro de 2013, com passagens aéreas ida e volta de São Paulo a Orlando por R$ 386,10. Em março deste ano, American Airlines para NYC ida e volta em classe executiva por R$ 2.900 (arredondados para cima). E os cruzeiros para o Caribe por US$ 300. Para o Alaska por US$ 400. 

Preços realmente baixos, embora raros, existem. E como o consumidor faz para ficar sabendo deles? Se cadastra em todas as empresas do turismo e é inundado por mensagens? Ou se cadastra com uma agência de viagens que vai direcionar apenas as mensagens adequadas ao seu perfil?

Errou novamente ao mencionar agência virtual e pessoa com uma mesa. Pouquíssimas agências talvez ainda tenham um fluxo regular de clientes para suas instalações. A imensa maioria atende a distância. E muitas são MEIs atuando em home office. O que não é errado.

Em poucos segundos, além de atrair comentários nas mídias sociais, Mariana Godoy demonstrou ignorar completamente o mercado, apesar de provavelmente já ter usufruído dos benefícios oferecidos por agências de viagens. 

Mas, principalmente, joga luz sobre o trabalho que cada agência, cada entidade, cada organização de alguma forma ligada ao agenciamento de viagens, tem pela frente no sentido de esclarecer, divulgar e orientar o público sobre o que fazemos, como fazemos e o valor que oferecemos. Passada a reação inicial, vamos arregaçar as mangas e trabalhar juntos?

 

Leia a matéria da Panrotas na íntegra: Abav e Unav defendem agentes após erro de jornalista da TV Record

 

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